Nós não somos capazes de entender as pessoas pela aparência

Sabe aquela pessoa que você olhava e achava que era desagradável e metida, mas depois que a conheceu melhor percebeu que eram só aparências?

Sabe aquele momento que algumas amigas se juntam para falar mal de uma outra mulher, sem a conhecerem direito, somente porque essa mulher é bonita ou diferente, e elas falam coisas que você não acredita que saíram das bocas dessas boas amigas? E o acontece depois? Elas conhecessem melhor essa pessoa e mudam de opinião e ainda falam, com a maior cara de pau, que gostaram dela logo de cara.... 

Há alguns anos atrás, uma moça começou a ir em uma igreja que eu frequentava e a roupa que ela usava era muito escandalosa. Algumas mulheres se juntavam para falar mal e diziam: nossa, essa moça não se toca que tá numa igreja? E eram mais ácidas ainda, comentavam umas com as outras: segurem seus maridos. Com o passar dos dias, observamos, que ela sempre vinha com as mesmas roupas, eram 3 modelos que ela repetia. 

Certo dia essa conversa chegou aos meus ouvidos e algumas mulheres rindo falavam da menina de forma grosseira e maldosa. E enquanto todas elas riam e as olhava seriamente esperando pararem de rir. Quando elas olharam pra mim, sem entender direito o motivo pelo qual eu não estava rindo com elas, eu perguntei: vocês já terminaram de rir? Elas ficaram um pouco sem graça e com aquela cara desconfiada perguntaram: o que foi, por acaso ela é sua parente? Elas fizeram essa pergunta só para fazer graça. Porém, ficaram surpresas com a minha resposta. Eu respondi: sim, ela é minha irmã. Vocês precisam ver a cara delas foi muito legal esse momento porque quem estava rindo agora era eu, mas só por dentro, por fora eu me fiz de brava. Elas pediram desculpas e ficaram se justificando e eu interrompi e disse a elas: vocês já se perguntaram por que ela vem com essas roupas pra igreja? Vocês já se aproximaram dela para conhecê-la melhor e entendê-la? Vocês já perceberam que ela só tem 3 peças de roupas que ela intercala nos cultos? Vocês sabiam que ela é uma pessoa que sofreu muito na vida e perdeu tudo o que tinha, está morando de favor na casa de uma amiga e está tentando mudar de vida? Alguma de vocês ofereceram uma roupa nova pra ela usar? Alguma de vocês ofereceu a ela a chance de uma conversa, uma ajuda, um conselho, uma mão, uma palavra amiga? Vocês sabiam que algumas mulheres da igreja estão se mobilizando para dar a ela roupas novas e sapatos também?
    

Na verdade ela não era minha irmã de sangue, eu me referia ao elo que nos unia em Deus, que ela era minha irmã em Cristo, mas deixei elas pensarem, a princípio, que a menina era minha irmã pra que elas percebessem que essa menina era alguém e que se elas tivessem no lugar dela será que gostariam de serem tratadas com indiferença e que as pessoas as julgassem dessa maneira?

Nós não somos capazes de entender as pessoas pela aparência (quantas vezes erramos quando fazemos isso), nós não somos capazes de saber tudo o que a pessoa passou, como é a sua história, as marcas que ela traz na alma, a estrada que ela trilhou, as pedras em seu caminho, os espinhos que sangraram seus pés...

Às vezes, olhamos uma mulher como o desenho que coloquei neste post, e pensamos que se trata da Mulher Maravilha, mas quando chegamos perto percebemos que é só uma mulher como nós, de carne e osso, com sentimentos, com problemas, com angústias, com dores, mesmo que ela pareça feliz passeando com seu cachorrinho...

Nossa obrigação é amar e não afastar; compreender e não maltratar, falar bem e não fofocar, cuidar e dar a mão ao invés de fingir que não vê. 

Quando Jesus nos fala pra amarmos o nosso próximo, isso quer dizer que devemos amar de maneira prática, que, se necessário, repartamos o que temos com essa pessoa, repartamos comida e vestuário, que repartamos o amor de modo que uma parte de nós fique pra sempre impregnada na alma dessas  pessoas.

Não nos cansemos jamais de fazer o bem porque chegará o tempo em que ceifaremos se não tivermos desfalecido, é o que diz as escrituras.

Levemos as cargas uns dos outros, sejamos facilitadores, pacificadores e abençoadores. 

Não busquemos agradar a nós mesmos, mas agrademos aquele que nos amou primeiro e se entregou por nós.

Eu sempre digo às pessoas que é fácil saber se determinada atitude em relação à outra pessoa é correta, basta se colocar no lugar dessa pessoa e pensar como tal atitude fará você se sentir, se você se sentir bem ok a atitude é boa, se você se sentir mal essa pessoa também se sentirá, portanto essa atitude não convém.

Nós, que somos fortes, temos o dever de suportar as fraquezas dos fracos, em vez de agradar a nós mesmos. 

Sejamos benignos e paremos de "mastigar" as pessoas em nosso café ou almoço. 

Sejamos maduros e busquemos viver o Evangelho da Paz, da Reconciliação, da Pureza, da Esperança, da Bondade, da Misericórdia, do Amor.

Que a Paz de Deus que excede a todo entendimento guarde o nosso coração e os nossos sentimentos em Cristo Jesus!