sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Uma história real de Perdão - Parte 1



Lembro que, há alguns anos atrás, quando eu trabalhava em determinada empresa, minha chefe esperou eu sair de férias para fazer uma “armadilha” para que eu fosse demitida porque ela queria colocar sua amiga em meu lugar.

Quando eu retornei de férias, toda feliz e saltitante, percebi que o ambiente estava diferente.

E fiquei com a “pulga atrás da orelha” com a atitude de certas pessoas.

Essas pessoas não me olhavam nos olhos, na verdade, mal olharam para mim.e eu chegando agora de férias inocente, feliz, descansada e cheia de gás para trabalhar.

Fui chamada à sala de reunião e quando cheguei lá estavam minha chefe, o Gerente Geral e o Diretor e eu pensei: o que será de tão importante?

Para minha surpresa o Diretor iniciou a conversa e me falou coisas absurdas que a minha chefe havia contado para ele, em minha ausência, sobre o meu trabalho e minha postura profissional que a desagradavam muito e que exigia a minha demissão e ele havia aceitado. 

Minha chefe, de olhos baixos, nem abriu a boca e nem olhou para mim.

Nesse momento não sei bem o que senti, foi uma mistura de sentimentos conflitantes.

Estranho, eu havia sido transferida para a matriz por ter me destacado, havia sido promovida, nos testes e entrevistas que fiz com a psicóloga, os resultados foram acima do esperado, sempre me dediquei às minhas tarefas, aos meus colegas. E agora tudo parecia estar fora do lugar.

Foram segundos para eu recuperar a sanidade, mas que pareceram horas.

Pensei em me defender, em falar algo e tantas coisas passaram pela minha cabeça, porém não conseguia raciocinar direito estava muito mal.

De repente, o diretor me disse que o Gerente Geral não quis assinar a minha demissão e que queria conversar comigo, então o Gerente Geral começou a falar...

Enquanto ele falava eu só pensava: não chore! Engole o choro sua tonta! Não dê esse gostinho a ela! Raciocina, pensa...



















O Gerente começou: não assinei sua demissão porque tenho visto o seu trabalho, sua postura e nada condiz com o que sua chefe falou de você. 

Indaguei sua chefe e o Diretor sobre sua transferência e promoção.

Fiz um questionamento a eles: Como pode uma excelente profissional ao ponto de ser transferida de uma filial para a matriz, ser promovida, de repente, se transformar em péssima funcionária?

Como pode uma péssima funcionária acordar enquanto nós ainda estamos dormindo, ficar em um ônibus por horas (nessa época eu trabalhava em São Paulo e como moro no Guarujá, pegava um ônibus fretado às cinco e meia da manhã), chegar mais cedo do que todos e já começar seu dia de trabalho sem que ninguém lhe exija isso? 

Nesse momento, me recordo que pensei: nossa, nem sabia que alguém havia percebido que eu chegava cedo o que dirá que começava a trabalhar assim que chegava.

O que sei é que nem precisei me defender porque o Gerente Geral percebeu o que estava acontecendo e usou tantos argumentos que deixaram tanto minha chefe como o Diretor sem palavras.

O Gerente Geral era um profissional experiente e como ele sabia que eu não podia mais ficar sob a gestão da minha chefe, pois ela continuaria buscando ocasião para me prejudicar, ele propôs me transferir para uma filial que ninguém queria porque essa filial não batia meta há muito tempo e estava com sérios problemas na gestão.

E o Gerente Geral continuou falando: estou dando essa oportunidade de você mostrar seu trabalho, mostrar quem você é de verdade porque acredito no seu trabalho, sei que você fará a diferença naquela filial. Por outro lado, entenderei se você recusar e preferir a demissão porque se fosse comigo eu não iria querer trabalhar mais nessa empresa de maneira alguma.

Foram segundos para que eu pensasse de forma clara e objetiva e tomasse uma decisão.

Pensei comigo: se eu aceitar a demissão vou fazer a vontade dela e ela vai ficar feliz, satisfeita e com a razão, isso eu não posso permitir.

Eu era muito teimosa, orgulhosa e nunca desisti dos meus propósitos e o meu propósito agora era me vingar.

O desejo de vingança cegou o meu entendimento e eu não percebi direito tudo o que estava acontecendo, como realmente eu devia agir nessa circunstância e me deixei levar pela vontade de reparação, fazer justiça com as próprias mãos.

O caminho da vingança é o mais fácil e agradável no início, mas no fim só resta amargura, ressentimento, mágoa profunda e um vazio.

Então, com um ar arrogante, respondi: eu perdi completamente a vontade de trabalhar aqui, com pessoas que não valorizam meu trabalho nem merecem meu esforço, mas como você está me propondo uma transferência para uma filial e com outras pessoas, eu aceito.

O Diretor deixou bem claro que essa decisão era do Gerente Geral e, portanto, era responsabilidade dele também fazer com que isso desse certo senão ele estaria arriscando o emprego dele também. 

E, em meio a esse cenário, eu só conseguia enxergar traição, injustiça, falsidade, mentira, maldade, crueldade, ódio, dor, uma vontade imensa de sair correndo e chorar.

Juntei meus cacos, meu orgulho, minhas coisas.

Para preservar minha dignidade só me despedi do Gerente Geral.

Abri a porta e parti em busca da minha vingança...

O que aconteceu depois?

Você só vai saber no próximo post "Uma história real de Perdão - Parte 2".

Até lá!




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