segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Uma história real de Perdão – Parte 2



Willian Shakespeare disse: “guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que o outro morra. ”

E foi exatamente o que aconteceu comigo.

No instante em que o ressentimento encontrou abrigo em meu coração, o veneno foi injetado em minhas veias e um veneno que vai matando aos poucos...

Felizmente na filial que eu havia sido transferida ninguém tinha ideia do motivo real de minha transferência.

As pessoas acreditavam que eu estava lá para assumir o lugar da antiga coordenadora, que havia sido demitida, e também para mudar o cenário negativo daquela filial o que era verdade, mas não a verdade completa.

O fato é que diante do caos que encontrei essa filial, fiquei satisfeita.

Afinal, qualquer pequena melhoria que eu promovesse já seria suficiente para causar efeito positivo que seria percebido em curto espaço de tempo e mostraria minha capacidade.

Seria um trabalho árduo, mas valeira a pena, então arregacei as mangas.

Fiz um levantamento de tudo. 

Analisei os poucos funcionários que restaram, pois muitos haviam sido demitidos antes da minha chegada.

Conversei com esses funcionários e, para minha surpresa, eles tinham uma história muito parecida com a minha, eles haviam sido desprezados e desmerecidos pela antiga gestora.

Esse fato me comoveu e contribuiu para que houvesse uma conexão entre nós.

Tive muita “sorte” porque os funcionários eram muito competentes e comprometidos, além disso, assim como eu, eles também precisavam mostrar o seu valor.

O Gerente da Filial me deu carta branca para fazer a mudança que eu quisesse, da maneira que eu quisesse e essa confiança foi muito reconfortante.

Fiz as mudanças necessárias e nós nos unimos como equipe e as coisas foram acontecendo.

Cada melhora que eu fazia, cada passo que dava, cada meta batida, cada ação de sucesso tinha somente um objetivo: desacreditar e enfraquecer minha ex-chefe.

E, aos poucos, todas as mentiras que minha ex-chefe contara sobre mim caíram em descrédito e, além dela perder a credibilidade que tinha, perdeu também a posição privilegiada que possuía com o Diretor porque o plano desleal dela contra mim foi descoberto, assim como outras questões.

Mas, isso ainda não me bastava.

Nada disso me satisfazia completamente.

Toda vez que pensava em minha ex-chefe pensava nela como uma inimiga mortal.

Me via como naquele jogo Mortal Kombat desferindo um golpe de fatality nela (rs), ai credo, que pecado, é brincadeirinha gente, é só para descontrair um pouco. 

A que ponto chegamos quando deixamos que o rancor crie raízes dentro de nós.



O rancor que me corroía a alma, não permitia que eu enxergasse, com clareza, tudo o que estava acontecendo e pela ótica correta.

Não conseguia perceber que eu estava criando obstáculos para mim mesma.

Não era capaz de enxergar o bem que Deus havia feito por mim por causa da injustiça que sofri.

Deus, por sua misericórdia, havia preservado meu emprego e minha dignidade; tinha me feito ter sucesso nesse novo desafio; tinha me presenteado com uma equipe de primeira linha; tinha me agraciado com amigos verdadeiros que conheci nessa filial e são meus amigos até hoje; tinha me dado a oportunidade única de que meu trabalho fosse reconhecido por todos e me fez crescer muito como pessoa e como profissional.

Mas, eu que sempre aconselhava e reconciliava as pessoas, era pacificadora, ia à igreja e me considerava uma pessoa temente a Deus, me via agora amargurada, rancorosa, doente, com sede de vingança e aprisionada com correntes da maldade numa prisão que eu mesma construí.

Parecia que eu estava no lado negro da força....

























Essa foi forte né? 

Foi então que eu descobri que não praticava o perdão fazia algum tempo. 

Eu havia perdoado algumas pessoas, há algum tempo, mas agora estava quase impossível.

Sei lá, talvez eu estivesse me desviando, havia desaprendido a perdoar ou não sabia perdoar de verdade. 

Perdoar não é nada fácil, é um ato que revela quem você é, quem você está pronto para servir.

A falta de perdão faz de você um escravo do ressentimento, muitas vezes, te faz agir como um agente do mal e um filho da desobediência, pois o perdão é um mandamento de Deus. 

O Perdão é algo tão sério e vital que estudos comprovam que a falta de perdão pode desencadear várias doenças emocionais e físicas como depressão, dores musculares, hipertensão e até câncer, entre outras.

A falta de perdão, muitas vezes, fica armazenada por tanto tempo, que pode causar reações alérgicas, enxaquecas, dores no corpo e chegar a tal nível que se transforma em um tumor.

O sentimento não resolvido acaba se revertendo contra a própria pessoa que o guarda. 

A questão é que o Perdão não é um chá de camomila que ao se tomar logo traz a calmaria e após uns minutos faz efeito e você fica com uma vontade louca de perdoar tudo e todos. NÃO! A vida não é assim!"

Também não é uma injeção ou um comprimido que se compra numa farmácia e pode ser tomado em cada ato de injustiça sofrido ou a cada ofensa ou em momentos de rancor e ressentimentos.

O processo é bem mais delicado e demanda a superação de rancores, abandonar planos de vingança e reconciliar-se com quem lhe feriu.

O Perdão deve ser genuíno, de coração, o perdão fingido não é perdão.

E, finalmente percebi que, para o meu próprio bem, eu precisava perdoar minha ex-chefe.

Mas, eu não me sentia capaz desse ato, achava que seria sinal de fraqueza, seria uma tolice.

Travei uma guerra onde o meu orgulho dizia: não; e a voz de Deus dizia: sim!

Penso que existem pessoas que nos põem à prova, nos desafiam a revelar a marca de autenticidade em nós como cristãos.

Se realmente somos nova criatura, se vivemos por Jesus ou segundo nossos próprios desejos.

Acredito que essas pessoas são para nós como uma pós-graduação na vida cristã.

Então, eu fiz a melhor escolha: escolhi o caminho do Perdão e pedi a ajuda do Espírito Santo porque eu não me sentia apta a perdoar.

E foi na minha decisão, mesmo ainda ressentida, mesmo sem forças, que eu aprendi uma das lições mais lindas que alguém poderia aprender em sua vida.

A partir desse instante tudo começou a mudar.

O que aconteceu depois?

Vocês saberão na última parte dessa história, no próximo post, ok?

Até lá!




Nenhum comentário:

Postar um comentário