quarta-feira, 25 de maio de 2016

Ai que vergonha de mim...














Olá pra vocês! Tudo bem?

No post de hoje quero falar sobre algo sério...

Mas antes quero explicar que tudo começou num momento de divagação, insatisfação e ingratidão.

Estava eu pensando na vida e me peguei reclamando em pensamento porque nós fingimos que está tudo bem quando em nosso interior há uma tempestade.

Refletia sobre a situação atual do meu país, depois fiquei pensando na minha vida e como eu queria que tudo fosse diferente.

Desejava ter conquistado coisas que não conquistei, queria ter visitado lugares que não visitei, pensava ter realizações que não me foram possíveis e tantas outras questões borbulhavam em minha mente.

E todos esses pensamentos e descontentamentos me fizeram, por um momento, esquecer tudo o que tenho, o que consegui realizar mesmo que não seja tudo o que sonhei ou idealizei pra mim.

Meu pensamento voava longe até que meus olhos pararam numa breve postagem no Facebook sobre as meninas do Sul da Ásia o que me intrigou muito então busquei saber mais a respeito e resolvi compartilhar com vocês.

Já havia ouvido falar sobre esse assunto há algum tempo atrás, mas só superficialmente.


No Sul da Ásia, a cada ano, cerca de 5 mil meninas são dedicadas, entregues por seus próprios pais, para servirem à deusa hindu Yellama e a tarefa dessas meninas é atender aos desejos sexuais dos homens de suas comunidades, se tornam prostitutas sagradas dessa divindade.

É feito um ritual de consagração onde o sacerdote que celebra a cerimônia é pago com presentes e dinheiro e parte do que ele recebe ele paga a intermediária que recruta as meninas. As famílias dessas meninas ganham uma fonte de renda garantida e os homens da comunidade conseguem acesso sexual a belas jovens.

Isso é uma tradição antiga que vem desde o século IX onde as jovens mais bonitas eram escolhidas e trabalhavam no templo, ajudando o sacerdote no culto à deusa.

Semelhante às gueixas japonesas, elas cantavam e dançavam e eram sustentadas pelos homens mais ricos da comunidade a quem serviam de parceiras sexuais.

Elas ganhavam lotes de terras de reis ou de homens de castas superiores e a elite as convidava para casamentos e outros eventos importantes, pois elas ocupavam posição de destaque e respeito na comunidade. Essas mulheres eram reverenciadas por acreditar-se que 'traziam a fertilidade e a prosperidade' à sua comunidade.

E, por mais absurda que seja, essa prática de oferecer meninas a divindades na esperança de conseguir fertilidade e prosperidade não é exclusiva da Índia.

Na Itália era costume oferecer uma menina virgem durante a época da colheita de uvas e as civilizações da Mesopotâmia, Babilônia, Egito, Síria e Grécia usavam moças para aplacar os deuses.



Aí você pergunta: Miga sua louca o que isso tudo tem a ver com o assunto? Caaaalmaaa! Você já vai entender, rs.



Continuando....

Durante o domínio britânico as coisas mudaram porque os britânicos abominavam tal prática.

O simbolismo religioso permaneceu, a função sexual também, no entanto elas não tinham mais o sustento econômico de antes nem o status.

De maneira geral, o valor das mulheres é pequeno nessa cultura.

Há casos de estupros coletivos que não chegam à mídia internacional.

Na realidade essa religiosidade nada mais é do que tráfico humano.

Muitas dessas mulheres morrem antes dos 30 anos por causa das brutalidades ou vítimas de doenças sexualmente transmissíveis.

Essas meninas não têm direito de sonhar.

Elas sustentam toda a família com seu corpo.

Elas não podem escolher com quem se deitar.

Elas são machucadas e não podem falar nada.

Elas não podem casar, nem amar um 'mortal', segundo a tradição.

Elas são usadas, violadas e degradadas, dia após dia.

Seus sentimentos e suas vontades não são considerados nem respeitados.

A beleza e vitalidade delas murcham cedo demais e morrem tão precocemente.

Quão terrível e desesperador deve ser viver dessa maneira.

Meu Deus quantos sofrimentos, quantas injustiças, quantas tristezas, quanto abandono, quanto desespero, quanta dor...

Ai que vergonha de mim...

Reclamando por questões secundárias, por coisas que me trarão realização e satisfação, mas que não são indispensáveis para minha felicidade. Porque indispensável para a minha felicidade é Jesus! Sem Jesus eu não vivo!

Diante de tantas questões essenciais, de tantas questões nacionais e tantas questões mundiais minha queixa era vergonhosa e insignificante.

Perdão Senhor! Obrigada pelo meu país que mesmo com todos os problemas é um lugar bom de viver. Te agradeço por minha vida e pela minha família! Te agradeço por tudo o que tenho e por tudo o que o Senhor tem pra mim!

Obrigada por ter levantado pessoas que trabalham contra esse tipo de atrocidade e que têm ajudado muitas moças a sair dessa vida de escravidão.

O que dizer mais?

Ai que vergonha de mim...
























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